Filho de Theotonio Corrêa Dantas e Clara Angélica de Menezes, João Gomes de Melo, o Barão de Maruim, nasceu em 18 de setembro de 1809, no Engenho Santa Bárbara de Cima, hoje, pertencente ao município de Rosário do Catete.
João Gomes de Melo casou-se pela primeira vez com Maria José de Faro Leitão, porém o casamento acabou com o falecimento de sua esposa em 14 de dezembro de 1859. O Barão foi acusado e condenado pela morte de uma enteada por envenenamento. Mas, conseguiu provar sua inocência. Relatos apontam que alguns parentes queriam o seu indiciamento para apropriar-se da volumosa herança.
Em 1862, transferiu-se para o Rio de Janeiro e casou-se com uma irmã do Visconde de Uruguai.
O Barão de Maruim apresentou uma grande dedicação à atividade agrícola, que lhe proporcionou uma grande reserva financeira. João Gomes de Melo mandou construir a Igreja Matriz de Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos, que foi inaugurada em 1862 e doada ao vigário Pe. José Joaquim de Vasconcelos. A Igreja Matriz, em estilo barroco, tem duas torres revestidas de azulejos portugueses na cor branca e um painel, pintado no teto, pelo Capitão Joaquim Felipe de Santana. Em uma das torres encontra-se um relógio doado pelo Cônsul alemão Otto Schramm.
Muito caridoso, o Barão de Maruim cedeu terreno para a construção do Hospital de Caridade e subvencionou instituições culturais.
Diversos foram os títulos religiosos concedidos ao Barão de Maruim, bem como, os cargos públicos ocupados por ele. No campo religioso destacam-se os títulos de Comendador da Ordem de Cristo, Cavaleiro das Ordens do Cruzeiro da Rosa e de São Gregório Magno. No campo político destacam-se o título de Barão, que lhe foi concedido em 1848 pelo Imperador do Brasil Dom Pedro II; Comandante da Guarda Nacional; Vice-Presidente da Província de Sergipe de 27 de setembro de 1855 a 27 de fevereiro de 1856, chegando a assumir a Província numa época castigada pela cólera; Deputado Provincial por várias legislaturas; Deputado Geral por três vezes e nomeado, por Carta Imperial, Senador do Império em 21 de maio de 1861, cargo que ocupou por 28 anos.
O Barão foi o chefe do Partido Conservador e seu nome era ligado ao progresso da cidade de Maruim.
No Engenho Unha do Gato, propriedade do Barão de Maruim, em 25 de fevereiro de 1855, o Sr. Inácio Barbosa reuniu deputados provinciais para discutirem a mudança da capital de São Cristóvão para o então Povoado Santo Antônio de Aracaju. O Decreto nº 413, com a mudança, foi sancionado em 17 de março de 1855.
O Barão escreveu diversos relatórios no Correio Sergipense sobre a administração da Província de Sergipe, em 1856; Escreveu artigos para o Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro, em 1862; E em 1862, escreveu “Barão de Maroim e o Processo Rollemberg: ao Público e aos seus amigos”, publicado no Rio de Janeiro pela Tip Imperial.
O Barão de Maruim faleceu no Rio de Janeiro em 23 de abril de 1890.
Texto: Keizer Santos
Imagem: Revista Cinform Municípios. Publicada em 2002.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASAGUIAR, Joel.
Traços da História de Maroim. 2. ed. Edição comemorativa dos 150 anos de Maruim. Aracaju: Secretaria de Estado da Cultura de Sergipe, 2004.
CRUZ E SILVA, Maria Lúcia Marques.
Inventário Cultural de Maruim. Edição comemorativa aos 140 anos de Emancipação Política da cidade. Aracaju: Secretaria Especial de Cultura, 1994.
DANTAS, José Ibarê Costa.
200 anos do Barão de Maroim. Publicado em 22 Set 2009. Disponível em http://www.ihgse.com.br/ler.asp?id=146&titulo=artigos. Acesso em 17 Set 2010.
ROSA, Gilvan dos Santos.
Maruim, coisa que ouvi dizer... 2. ed. rev. Aracaju: Secretaria de Estado da Educação e do Desporto e Lazer, Sercore, 1999.
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