(Foto: Divulgação) |
O estudo começou em 1994, analisando como ocorreu a introdução de um gene mutante dos anões que viviam isolados próximo a Serra de Itabaianinha, nos municípios de Riachão e Tobias Barreto. Um dos principais objetivos do estudo é desvendar as causas da mutação no gene mais importante para a produção do hormônio de crescimento para o corpo humano. A pesquisa é feita em parceria com a Universidade John Hopkins, dos EUA.
Atualmente, 70 anões compõem a população de Itabaianinha, entre eles uma anã centenária e outros acima de 80 anos. Segundo o professor Manuel Hermínio, essa comunidade de anões é mais suscetível a algumas doenças. “Eles possuem fatores de risco para doenças do coração, obesidade, pressão arterial elevada, mas apesar disso, têm uma longevidade normal”, explica o professor.
De acordo com o professor, a pesquisa registra o papel do hormônio de crescimento no organismo humano verificando um grupo de pessoas que vivem com um número muito baixo desses hormônios. “Estudamos as consequências da ausência do hormônio de crescimento no organismo como um todo, o que é muito relevante para analisar doenças como diabetes, obesidade, câncer, doenças do coração, osteoporose”, relatou.
Para desenvolver melhor o estudo, o grupo passa a se relacionar com a comunidade estabelecendo uma relação de amizade. “Os anões passam por procedimentos constantes como coleta de sangue, verificação da altura e do peso, além de outros trabalhos para analisar os defeitos genéticos feitos em campo. Quando há necessidade de um estudo mais complexo eles se deslocam para Aracaju”.
Tratamento
O tratamento não é um grande pleito entre eles, pois por serem muitos numa região, não há discriminação, sendo considerados comuns em Itabaianinha. “Eles não sentem pressão pela estatura, como ocorre em nossa sociedade, onde pessoas brigam para ter quatro ou cinco centímetros acima da estatura”, ressaltou.
O grupo comprovou que o nanismo se trata de um defeito genético, uma doença recessiva, onde é preciso do gene do pai e da mãe para que a criança nasça com a doença. Porém, se trata de uma deficiência isolada nos hormônios que é passível de tratamento com hormônios de crescimento, o medicamento é dado às crianças de quatro até os 18 anos de idade. Ainda segundo o pesquisador, quando o tratamento é realizado, é possível ficar com uma estatura normal.
Para Manuel Hermínio, a comunidade de anões de Itabaianinha é um patrimônio da humanidade. “Esperamos que esses estudos continuem. É preciso mais envolvimento e interesse dos órgãos públicos, pois a comunidade dos anões é uma marca registrada de Itabaianinha, de Sergipe e do Brasil”.
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